domingo, 14 de junho de 2009

...Acabou...


Primeiro

Posso parecer breve em minhas palavras

simples na minha expressão

Meus sentimentos são como cavalos selvagens

não se rendem à oração


Dizer e escrever coisas

que estão tão dentro de mim

Impressas como marca feita a ferro e fogo

Impossível

Capturar qualquer sentimento meu

É como pegar brasa

com as próprias mãos...

Indescritível


Falar que te amo, que te adoro, por quê

A verdade mais próxima é

sentir que você vive dentro de mim...

Ora a me alimentar, ora a me consumir

Você é meu fogo, meu próprio Serafim

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Segundo

Meus pensamentos gritam

dentro de mim

Cadê aquele silêncio?

Vivo num desassossego

Só me aquieto quando escrevo.


Por quê?

Porque fui cheirar

tuas carnes...


Alimento d'alma

vício do corpo

é no que te transformaste

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Terceiro

Você

Monopoliza meu foco

Turva minha visão

Embaralha meus pensamentos

Altera minha percepção


Você

Consome minhas energias

Desassossega minha alma

Deixa minhas pernas bambas

Desintegra minha calma

E tudo que era meu

não é mais... é teu!


Como

O que era errado, é correto

O que era dúvida, certeza

O que são instantes, eternidade


Quando foi que você entrou

assim dentro de mim?

Comprometendo meu equilíbrio

Anulando minha sanidade


Foi entrando sorrateiro

e encontrando desocupado

apoderou-se de todo o espaço


Tento encontrar o caminho de volta

mas já não sei se quero voltar

Destruído meu poder de julgar

É esse o rumo que quero tomar


Por que permiti tal proeza?

Afinal como se pára

uma força da natureza?

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Quarto

Queria ferir tua carne

Fazer- te sangrar

o que sangrei


Só pude compreender

quando pior que ti

me tornei

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Quinto

Admirei o ventre que te gerou

Ele te trouxe pra mim

Exaltei tudo que você vivenciou

Inspiração que me deixou assim


Invejei

Todas que você amou

O ar que respirou

O chão por onde pisou

Tudo que conquistou


Ignorei

Elas te tiveram por mais tempo

Queria circular em ti a todo momento

Seria o teu centro, teu alimento

Seu mais perfeito monumento


Ansiei

Na ilusão me deixei acelerar

Na confusão me deixei contagiar

Na omissão quis sim cobrar

Na solidão não me deixei calar


Amaldiçoei o sonho que se desfez

Praguejei a tudo que você me fez

Desprezo, indiferença, alteração

Menosprezo, dependência, exclusão


É, acabou... Foi melhor

Agora carrego a ferida

O que me resta é meu pior

Agora sou apenas a ira...

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Último

escrevo por querer fingir
que quero esquecer

escrevo por querer tatuar
o que não quero perder

escrevo pela minha vingança
contra sua indiferença

escrevo pra poder provar
que também sei poetizar

escrevo porque quero mostrar
que o melhor de ti
em mim passou a habitar

escrevo por que só assim
sinto você dentro de mim

escrevo para esperançar
que um dia isso vai passar

um dia essas palavras
irão te alcançar
e algo ainda de mim
irá te tocar

data infame...
just for me...

para o poeta
pelo poeta

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Quis postar todos de uma vez assim... Não quero mais lidar com isso... Essa é a parte que quero esquecer... Passou, já passou! Não depende da minha vontade... Isso me faz ter humildade!
Ou tentar pelo menos... Que seja feliz! Que sejamos todos!!!

Postei, me livrei de tudo! Que assim seja... encerrando um ciclo, virando uma página, livro já lido.... abandonado num canto esquecido...

Um comentário:

  1. Suzana,


    Canalizou a ira (não-deixar-ir ou não aceitar que o outro diga não) em poema. E, parece, que depois pôde vivenciar o "deixe estar", "que vá e Paz", "que vá com Deus".


    Sim, vc conseguiu escrever. Sem dúvida.





    Beijos, e bons relacionamentos.





    Marcelo.

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