Primeiro
Posso parecer breve em minhas palavras
simples na minha expressão
Meus sentimentos são como cavalos selvagens
não se rendem à oração
Dizer e escrever coisas
que estão tão dentro de mim
Impressas como marca feita a ferro e fogo
Impossível
Capturar qualquer sentimento meu
É como pegar brasa
com as próprias mãos...
Indescritível
Falar que te amo, que te adoro, por quê
A verdade mais próxima é
sentir que você vive dentro de mim...
Ora a me alimentar, ora a me consumir
Você é meu fogo, meu próprio Serafim
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Segundo
Meus pensamentos gritam
dentro de mim
Cadê aquele silêncio?
Vivo num desassossego
Só me aquieto quando escrevo.
Por quê?
Porque fui cheirar
tuas carnes...
Alimento d'alma
vício do corpo
é no que te transformaste
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Terceiro
Você
Monopoliza meu foco
Turva minha visão
Embaralha meus pensamentos
Altera minha percepção
Você
Consome minhas energias
Desassossega minha alma
Deixa minhas pernas bambas
Desintegra minha calma
E tudo que era meu
não é mais... é teu!
Como
O que era errado, é correto
O que era dúvida, certeza
O que são instantes, eternidade
Quando foi que você entrou
assim dentro de mim?
Comprometendo meu equilíbrio
Anulando minha sanidade
Foi entrando sorrateiro
e encontrando desocupado
apoderou-se de todo o espaço
Tento encontrar o caminho de volta
mas já não sei se quero voltar
Destruído meu poder de julgar
É esse o rumo que quero tomar
Por que permiti tal proeza?
Afinal como se pára
uma força da natureza?
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Quarto
Queria ferir tua carne
Fazer- te sangrar
o que sangrei
Só pude compreender
quando pior que ti
me tornei
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Quinto
Admirei o ventre que te gerou
Ele te trouxe pra mim
Exaltei tudo que você vivenciou
Inspiração que me deixou assim
Invejei
Todas que você amou
O ar que respirou
O chão por onde pisou
Tudo que conquistou
Ignorei
Elas te tiveram por mais tempo
Queria circular em ti a todo momento
Seria o teu centro, teu alimento
Seu mais perfeito monumento
Ansiei
Na ilusão me deixei acelerar
Na confusão me deixei contagiar
Na omissão quis sim cobrar
Na solidão não me deixei calar
Amaldiçoei o sonho que se desfez
Praguejei a tudo que você me fez
Desprezo, indiferença, alteração
Menosprezo, dependência, exclusão
É, acabou... Foi melhor
Agora carrego a ferida
O que me resta é meu pior
Agora sou apenas a ira...
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Suzana,
ResponderExcluirCanalizou a ira (não-deixar-ir ou não aceitar que o outro diga não) em poema. E, parece, que depois pôde vivenciar o "deixe estar", "que vá e Paz", "que vá com Deus".
Sim, vc conseguiu escrever. Sem dúvida.
Beijos, e bons relacionamentos.
Marcelo.